Resolvi meter meu bedelho num assunto que não é da alçada
deste blog. Não que eu devesse falar somente sobre música – eu até gostaria –
mas o nome desta porcaria é BARULHO DO DAESSE, ou seja, sou eu fazendo barulho por
alguma coisa.
Muito bem. Sem muitas delongas, assista ao vídeo abaixo, que
apesar de ter 15 minutos, vale a pena. É muito explicativo e impactante. Depois,
continue lendo.
A tragédia do Pinheirinho é um assunto de São Paulo. Aqui no
Rio de Janeiro, ainda estamos estupefatos com os 3 prédios que simplesmente
caíram na quarta-feira, dia 25. Por enquanto, não sei se vou falar sobre isso. Por
hora, prefiro comentar sobre o Pinheirinho.
Sou um feroz defensor da propriedade privada. Não digo isso
com a menor culpa, mesmo as pessoas me dizendo que como sou professor de
História que tinha que isso e aquilo e tra lá lá... Mas entendam, jamais defenderei
a propriedade privada quando ela custar a vida de alguém. O que aconteceu no
domingo, dia 22, foi uma das maiores demonstrações de como todo poder público é
ignorante, violento e um organismo que sobrevive de consumir aquilo que pensamos
ser nosso. Ou seja, aquilo que é definido como coisa pública, muitas vezes é
apenas a denominação utilizada. A polícia militar, que em diversos locais do
mundo tem o lema “Proteger e Servir”, não é uma polícia que exista para o
cidadão. Que o digam os moradores das favelas “pacificadas” do RJ. A PM,
protege a propriedade privada, serve aos interesses do Estado, sejam eles quais
forem! Que o digam os estudantes da USP.
Como disse um amigo meu, a pessoas se importam com os
direitos dos animais, com a Luíza, tem gente que faz piada de tudo. Mas
ninguém, exceto dois amigos meus, ocupou as timelines
das redes sociais, apoiando a população que teve suas casas destruídas, seus
filhos alvejados por balas de borracha ou de chumbo.
Nos tornamos alienados mesmo?! Não no sentido que a maioria
da população utiliza o termo. Teve gente achando que o Carlos Nascimento foi um
chato ao fazer o comentário que fez na abertura do Jornal do SBT.
Mas, sinceramente, realmente, já fomos mais inteligentes. Já
saímos mais às ruas para protestar mais. Os interesses que envolvem as grandes
passeatas, são os das minorias que não conseguem ter seus direitos
reconhecidos. Como a maconha, os homossexuais, os evangélicos. Não nos
mobilizamos mais por uma causa que realmente seja do interesse da maioria, que
vá realmente importar para grande parte da população. Não estou dizendo que se
deva fazer uma passeata para a população de Pinheirinho. Mas que tal cobrar das
autoridades que se cumpram todos os projetos para dar habitação para as classes
mais pobres. Já que aqui no Brasil ficou convencionado que é o Governo quem
deve suprir as carências de quem não tem o mínimo para viver, que tal colocar
menos confeitos no governo Dilma Rouseff? Presidente do povo? Maior índice de
aprovação popular? Por que? Pelo que?
E mais, quando deixamos de nos importar com o sofrimento
alheio, porque “o Outro” não é como “Eu”, porque “O Outro” é um pária social,
jogamos fora um bocado de nossa parcela humana. Deixamos de ser humanos e
permitimos que o sofrimento alheio não nos cause “nem medo, nem calor, nem
fogo, nem vontade de chorar, nem de rir”. E isso nos aproxima de qualquer outro
estado de consciência, menos o da felicidade, a que todos temos direito
constitucionalmente.
O texto acabou tornando-se uma admoestação, menos uma
crítica ao que o Estado de São Paulo e a Prefeitura causaram a pais e mães de
família (sim, favelados, despossuídos e pobres, são chefes de família!). Se
quiser saber sobre o que ocorreu, sobre os motivos que levaram a esse estado de
coisas, PESQUISE! Talvez as pessoas não saibam, mas a internet é para isso
também! Há respostas e perguntas para todo tipo de coisas na internet, basta
dar um Google. Mas ainda não existe solução para a estupidez e a ignorância
humana.
Inté!