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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Viva à Mediocridade (Parte 1)


Todo mundo. Eu, você, qualquer um. Todos já tivemos oportunidade de sermos medíocres. Todos nós já fomos medíocres durante um bom tempo da nossa vida. É uma mancha que todos carregamos. São duas as coisas que diferem humanos de idiotas: 1) A capacidade de reconhecer-se medíocre em algum momento da vida; 2) A capacidade de deixar de ser medíocre.

Mediocridade
 substantivo feminino

1. qualidade, estado ou condição do que é medíocre; mediocrismo.
2. situação, posição mediana, entre a opulência e a pobreza; modéstia.
3. pej. insuficiência de qualidade, valor, mérito; pobreza, banalidade, pequenez
4.p.us. justa medida; moderação.
5.p.met. pessoa ou conjunto de pessoas sem talento, medíocres; mediocreira.

Penso que poderia despender horas e diversos textos por aqui para falar sobre esse assunto, afinal, estamos cercados de pessoas medíocres. E muitas delas, ou não sabem que o são, ou não estão nem aí para tal condição.

Você pode me perguntar: “Por que você se preocupa com pessoas medíocres?”. A expressão exata não é me preocupar, talvez o verbo a ser utilizado seja “temer”, (nenhuma piada com o atual presidente do Brasil). Eu temo que os medíocres tomem conta do mundo. Sim! Eles podem! Exatamente porque alguém disse à eles que podem fazer isso.

Quando observamos o quinto significado atribuído à mediocridade, “pessoa ou conjunto de pessoas sem talento”, já dou a pista do que quero dizer. Pessoas sem talento ganham, a cada dia, mais espaço em diversos setores da sociedade. Não importa onde, eles estão lá. São professores (e o magistério está cheio deles), advogados, políticos, músicos, artistas, e a lista poderia não ter fim. 

Mas, ao contrário do que você possa estar imaginando, o medíocre é um sujeito, em geral, competente. Em alguns casos, até demais. O medíocre sabe o que tem de fazer, e o faz. Em alguns casos, ele treinou a vida inteira para fazer o que faz, por isso é tão bom naquilo que executa. E, entenda, isso não é um problema, muito pelo contrário; o mundo só continua girando porque existem medíocres fazendo seu trabalho/tarefa da maneira correta. Medíocre.

O caldo começa a engrossar quando percebemos que o mundo não é, não foi, nem nunca será mudado pelas mãos de uma pessoa medíocre. 

São os espíritos livres, que não se conformam com esse ou aquele estado de coisas, que fazem as coisas andarem em outras direções, em outras velocidades, de outra forma. Pessoas criativas, é uma alcunha muito simples para denominar quem pode e vai além daquilo que está planejado, agendado, organizado. Se existem mais de sete bilhões de seres diferentes ao redor do mundo, por que as coisas deveriam ser padronizadas e organizadas dessa ou daquela forma? O medíocre gosta da forma, seja ela qual for, pois ele consegue acomodar-se dentro dela. Jamais fora. Ele entende que a forma, o limite, a regra, são necessários, pois sem eles, tudo se torna caos. E como alguém pode viver em meio ao caos? Como conseguir encontrar sentido quando tudo e todos andam, cada um, à sua maneira, em qualquer direção? Resposta? O medíocre tolhe, vulgariza, ridiculariza e deturpa tudo e todos que não estão dentro de uma forma. E como medíocres existem em maior número (sabe-se lá porquê), o mundo, aos poucos, adapta-se ao seu gosto, à sua visão de mundo, à sua pouca clareza de raciocínio, aos seus limites.

Eu posso, poderia, citar diversos eventos e indivíduos que corroboram a minha visão. Mas, nesse momento quero que você faça alguns minutos de reflexão para analisar, à sua volta, onde a mediocridade está presente. Para te ajudar nessa tarefa, vou te deixar escutando uma música que você vai entender o motivo dela estar aqui depois.



Essa belíssima composição é de autoria do magnífico Wolfgang Amadeus Mozart. Este genial compositor clássico, foi um menino prodígio que, aos cinco anos, já encantava plateias que adoravam ver um menino ser explorado por um pai em busca de algo que não tivera: prestígio e reconhecimento.

Sendo assim, quero reforçar meus argumentos anteriores com histórias ficcionais, que nos ajudam, em virtude de toda uma preparação dramática e artística, a entender melhor o mundo a nossa volta. Em 1984, Milos Forman filma Amadeus, uma peça de ficção com elementos da vida do próprio Mozart. Entre esses elementos, está a sua relação com Antonio Salieri, compositor da corte do Imperador José II. Que vê o talento, a criatividade e a irreverência de Mozart ganhar cada vez mais destaque sobre a sua figura. 

Na passagem, da ficção, temos uma prova de como um personagem/pessoa medíocre se sente quando está diante de alguém realmente livre e criativo:


 Esse é só o primeiro exemplo. Muito existem e muitos virão no desenrolar dessa ideia que aqui escrevo. Mas o primeiro ponto que quero abordar está justamente no fato de que Salieri não era um mal músico, era competente, funcionário público, satisfeito, acredita que Deus o abençoou com o dom da música. Levar uma vida segura não é um problema. O problema está quando ele é confrontado com alguém que pode elevar essa vida a outros patamares. Como Mozart o faz no filme. E até fez um pouco em vida real. O problema é não conseguir entender que pardais, pombas e bem-te-vis voam, assim como águias, condores e gaivotas. Todos são pássaros. Todos voam. Mas nem todo voo é igual. Medíocres não conseguem entender isso. Olham outros pássaros voando mais alto que eles e pensam em como a vida é injusta, por nem todos voarem da mesma forma. E quando medíocres possuem alguma forma de poder, procuram fazer com que águias e condores voem na altura que lhes convém. 

Este texto continua...

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Pod Cast Barulho do Daesse 23/09

Após um bom tempo e um longo e tenebroso inverno, cá estamos nós fazendo um podcast!

Acho que agora encontrei uma forma definitiva de fazer esse troço! Menos chata para mim e menos penosa para quem já estava acostumado a ouvir os antigos programas!

Dessa vez eu vou falar mais e enrolar menos. E vamos discutir temas relevantes para mim. Se você quiser mandar uma sugestão para mim, sobre outros temas ou pautas para discussão é só mandar e-mail para barulhododaesse@gmail.com.

Inté!


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O Absurdo e seu “Local de Fala”


Confesso a vocês que, não sei em quantos outros textos esse tema irá se desmembrar. Mas o fato é que, por causa das pesquisas que fui fazer para escrever tão somente esse “textículo”, me deparei com tanta coisa, que vai ser irresistível não escrever mais.

Pois bem, vamos pelo início. Segundo o Dicionário Online de Português, Absurdo quer dizer “Contrário à razão, ao senso comum: intenções absurdas. Que fala ou age de maneira irracional; estúpido, disparatado, tolo.”. Na minha modesta opinião, em concordância com o que afirma Zigmunt Bauman, “As relações humanas não são mais espaços de certeza, tranquilidade e conforto espiritual. Em vez disso, transformaram-se numa fonte prolífica de ansiedade. Em lugar de oferecerem o ambicionado repouso, prometem uma ansiedade perpétua e uma vida em estado de alerta. Os sinais de aflição nunca vão parar de piscar, os toques de alarme nunca vão parar de soar.”. Dito isto, explico-lhes como a ideia deste texto começou.

Na semana passada, caí na besteira de fazer um comentário numa determinada postagem de uma página de "humor no Facebook. a postagem é essa da imagem abaixo.



Entrei no link para ver do que se tratava. Veja aqui.

Depois de assistir ao tal do trailer, escrevi um comentário e o que se seguiu, foi algo que jamais havia acontecido comigo:


Jamais imaginei que uma coisa dessas viraria um troço de agressão. Com nêgo falando que eu não era nada por causa da minha foto de perfil (!!!???). E foi por causa desse evento – e de outros que pretendo relatar em próximos posts – que me dei conta de uma série de coisas sobre a internet e, principalmente, sobre o Facebook.

Não desejo para ninguém ser alvo de ataques virtuais. Do mais simples como foi o meu caso, àqueles que causam o suicídio de alguém, como uma injúria, como um vídeo de intimidade sexual, etc. Eu pirava a cada nova notificação de resposta ao que escrevi. Não que estivesse me incomodando, mas eu não acreditava em como as pessoas estavam nervosas e incomodadas pelo fato de alguém ter contrariado aquilo que elas sentiam. Pode-se dizer um monte de coisas sobre as pessoas na internet, mas eu já entendi que cada pessoa atrás de um monitor e um teclado, ou smarphone, está como uma faca nos dentes, uma pistola carregada e uma raiva gigantesca apontada para qualquer um que contrariá-la no que quer que seja.

Dito isso, elaborei o titulo dessa postagem e acabei me apropriando de um conceito formulado por Michel Foucault e que se tornou queridinho pelas militâncias sociais que atuam na internet, em especial no Facebook: O chamado “Local de Fala”. Me deparei com coisas que não imaginava ler, como isso aqui. Teve gente que tentava colocar as coisas de forma didática como essa aqui. E ainda tem aqueles que se esforçam por tentar deixar as coisas no campo teórico. No fim, a que conclusão cheguei afinal?

Com toda a sinceridade? Nenhuma. Na verdade, descobri que eu sou uma besta e que minha vida, tal como a vivo agora, não dá conta de abarcar a balbúrdia em que vivemos. Você pode até me chamar de simplista ou de alienado (no real sentido da palavra), mas o fato é de que eu tive que me sentar e tentar entender qual seria minha posição diante disso tudo.

Entendam: eu sou professor, sou historiador, tenho obrigação de entender o presente para poder contar às gerações futuras o que se passou por aqui. No entanto, vivendo uma vida afastada de grandes centros urbanos, meu maior contato com a realidade das pessoas é quando estou auxiliando um aluno na minha sala de atendimento, ou quando vejo as coisas que as pessoas fazem na internet. E todos sabemos que a vida real não é essa da internet! Mas as pessoas insistem em viver sua vida ali, em meio às fotos de belezas estonteantes do Instagram, às maravilhas culinárias que são postadas em fotos antes mesmo de serem comidas, aos vídeos de gente falando de tudo e de todos no Youtube. Para a imensa maioria das pessoas a vida virtual é mais importante e se sobrepõe à própria vida real. Vejo as pessoas assumirem uma persona virtual e se esforçarem ao máximo para que essa persona seja real na vida cotidiana.

Na minha opinião, a vida que se expõe na internet é um absurdo. E tal absurdo pode e deve se manifestar nas redes sociais, pois é lá o seu local de fala. E só pode se manifestar quem tem uma vida absurda, quem não tem, deve sujeitar-se ao que os outros têm para falar. Afinal, você não sabe o que é ser absurdo, muito menos viver uma vida absurda.


(Continua...)

terça-feira, 23 de agosto de 2016

AS COISAS MUDAM


Sim, meus amigos! Depois de um longo e tenebroso inverno, estou de volta!

Váááááárias coisas aconteceram comigo e com a minha vida desde a última postagem nesse bendito Blog. Na minha opinião, nada mais natural. Afinal, somos humanos e nossa tendência é evoluir. Se não evoluímos, pelos menos tínhamos que nos dar ao trabalho de mudar alguma coisa nessa nossa vida tão curta.

Pois bem... Tudo vinha acontecendo de maneira maravilhosa na minha vida, até dezembro de 2015. A crise econômica do Brasil cobrou seu preço de mim. Fui demitido de uma excelente empresa, onde ganhava muito bem e em decorrência disso, meu padrão de vida decaiu de maneira vertiginosa. Minha mulher disse: “É agora, ou nunca!”. E decidimos pelo agora. Decidimos mudar nossa vida radicalmente.

Desde Janeiro de 2016, eu moro num sítio, numa zona afastada das grandes cidades, num lugar pouco conhecido dentro do estado do Rio de Janeiro. E desde então, minha vida mudou..., obviamente.


No entanto, não pense que quando digo que ela mudou, que ela tenha mudado para melhor ou para pior. Não. Ela é diferente. Muito diferente. Hoje eu trabalho em casa, ganho meu dinheiro com aquilo que produzo aqui dentro. Hoje o barulho que mais me incomoda é o latido dos meus cachorros quando eles vem um cavalo passando em frente ao portão de casa. (Por alguma razão, eles detestam cavalos). No momento em que escrevo essas linhas, só escuto os barulhos dos grilos. Quando ouço o barulho de um carro ou veículo motorizado, é porque “está passando na sua rua o Carro do Pão!”. Sim, a padaria mais próxima fica a mais de 5km de distância.

Muita gente “urbanoide”, como já fui um dia, se espanta por me encontrar nesse lugar. Minha própria mãe, que já é uma senhora de idade, reclama quando vem aqui em casa. Reclama que não tem muito o que fazer e que ela chega a ficar entediada.

Se você está lendo isso, é porque sim, aqui tem internet. Não tem 5 mega de velocidade, mas consegui passar 5 meses da minha vida sem ela. (só tinha a internet do celular pré-pago, que, convenhamos, não dá para fazer a metade das coisas que eu faço). Mas dá para assistir à Netflix. Dá para ver e enviar vídeos para o YouTube. O Spotify  ainda não reclamou. E eu continuo vendo as fotos felizes que todos postam no Facebook.

Em oito meses eu consegui emagrecer um pouco. Acho que perdi uns 3kg. Aprendi como tratar, limpar e manter uma piscina. Aprendi a cortar e cuidar de um gramado. Comecei a plantar uns legumes e ervas. O refrigerante é algo que quase não entra mais aqui em casa. Tem sempre muito suco de acerola. Água de coco é um negócio tão abundante, que me dou o luxo de fazer pedrinhas de gelo para tomar com um uísque que ganhei num casamento há dois anos. (Sim. O uísque dura esse tempo todo aqui em casa).

Minha cachorrinha que tinha uns 15 ou 17 anos, resolveu descansar por aqui. Ela fez brotar um pé de mamonas, que as crianças de hoje em dia pensam que é o nome de uma banda. Chegaram mais dois cachorros para fazer companhia ao Larsson, que já vai fazer 5 anos nessa família. Eles correm muito pelo terreno e conseguem ficar gordos, não me pergunte como. Larsson não fica mais nervoso quando escuta alguém se aproximando da minha casa, nem quando escuta barulho de fogos de artifício.

Em algumas semanas, eu consigo ler até três livros. Sim, eu tenho tempo para ler três livros, consecutivamente. Meus vizinhos não reclamam mais do volume em que escuto minha música. A maior preocupação deles é consertar seus galinheiros para que suas galinhas não entrem no meu quintal e sejam almoço dos meus cães. Eles me cumprimentam todas as vezes que me vem no portão; até quem não me conhece, e eu não conheço, me cumprimenta e eu cumprimento de volta.

Depois de mais de vinte anos, redescobri o que é o inverno. Aquela estação onde de noite faz um frio danado, e no dia seguinte você procura aquele sozinho fraco para se aquecer. Onde você se embola num cobertor com a pessoa que ama, e passa horas vendo filmes, séries ou qualquer besteira na televisão. Um aquece o outro.

Na padaria, no depósito de bebidas, na peixaria, na lojinha de “Xing Ling”, no mercadinho, na loja de ração, no buteco, ou no restaurante mais frequentado, as pessoas sabem quem eu sou. E sabem quem é minha mulher. Quando não estou com ela, as pessoas mandam abraços e beijos para ela. Se sabem que ela está doente, querem vir aqui em casa para ver como ela está. Quem sabe que ela chega do trabalho na sexta, depois das dez da noite, depois de encarar um puta trânsito para chegar em casa, perguntam se ela quer o restinho da janta que fizeram naquela noite.

Enfim, ninguém precisa passar pelo que passei no último trimestre do ano passado. Ninguém precisa ser demitido sem entender o motivo. Ninguém precisa perder nada. Mas acredito que todos, sem exceção podem mudar. Todos, em algum momento precisam que algo seja feito diferente. Que a rotina transcorra de maneira diferente. Que as relações sejam diferentes. Que a vida não seja só uma linha reta em direção ao fim. A linha da vida pode fazer curvas, espirais, declives, aclives, “loops”. A linha da vida não regride, ela só avança. Cabe a cada um de nós, fazer com que essa linha faça traçados diferentes. As mudanças precisam acontecer, se elas serão melhores ou piores, depende de como cada um desenha sua linha da vida. Mas acredito que ela pode sim, ser diferente sempre.


Inté.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Meu Canal no YouTube

Pra quem acompanha essa bagaça, já deve saber que eu gosto pra caralho de acampar.

Pra quem não sabe, aqui fica a ideia: eu acampo e recomendo pra qualquer um que queira relaxar, curtir a natureza e viajar para lugares fantásticos.

Eu tenho um canal no YouTube, junto com a minha mulher, onde mostramos onde acampamos e as coisas que a gente faz quando acampa.

Dá uma olhada nesse vídeo e, se quiser, dá uma olhada nos outros.

Inté!