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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Aquilo é meu!

Já pensou se você pudesse apontar o dedo para alguma coisa e dissesse: “Um dia eu vou ter aquilo ali!” , e esse desejo se realizasse?
                                          

Talvez esse seja o sonho de várias pessoas. Talvez não.

Acho que aqui no Brasil, as pessoas tenham muito medo daquilo que desejam, ou se pensam como pessoas humildes, que precisam de muito pouco para viverem e serem felizes. Eu não sei.

Acho que durante muito tempo eu pensei assim – tendo somente o suficiente para sobreviver. Isso não é um erro. Pelo contrário, isso é saudável, imaginar que aquilo que você tem, ou que conquistou, já é uma coisa muito importante, tendo em vista que muita gente não consegue a maioria das coisas que quer. Nem o necessário.

Eu posso me considerar afortunado de várias maneiras. Eu consegui, até agora tudo o que quis. E o pior: nos últimos tempos, aquilo que eu aponto meu dedo e digo: “Um dia eu vou ter aquilo ali!”, em algum momento, acaba me pertencendo.

Veja: eu não sou mágico, eu não sou rico, eu não sou o Eike Batista – e ele nem é mais um exemplo de qualquer coisa que envolva sucesso. Mas eu tenho uma força de vontade absurda.

Nesse momento você pode até dizer que tem uma força de vontade absurda, mas as coisas não acontecem na sua vida. Mas você já parou para pensar se o que você está desejando é algo palpável? Se o que você quer está dentro de suas possibilidades? Desejar e querer ter, não implica que essas coisas são realmente suas. Porque eu realmente acredito que as coisas possam ser de alguém, pertencer ao desejo de alguém. E talvez, somente talvez, o universo saiba dessa vontade universal, que sabe o quê é de quem.

Nos últimos três anos, eu tenho escolhido onde eu quero trabalhar. Você acha isso impossível? Mas é disso que esse texto se trata. Minhas escolhas podem até não ser como as suas. Mas, convenhamos, a escolha de cada um é a escolha de cada um. Eu sou professor, uma profissão que poucos escolhem ser. E desde quando decidi por essa profissão, escolho o lugar em que vou trabalhar. Você pode até discordar, mas qualquer um pode escolher onde trabalhar. Se eu não te convencer, me convença!

Mas o fato é: desde quando eu comecei a apontar meu dedo para dizer onde eu quero dar minhas aulas, isso tem acontecido. Já subi muita favela do Rio de Janeiro. Já fui a muita escola com gente que paga um dinheiro muito grande por uma mensalidade de escola.

Hoje, sexta-feira, 17/04/2015, vou começar a dar aulas em uma escola no bairro do Maracanã, no Rio de Janeiro, onde eu disse uma vez, passando de moto, que iria dar aula. Porque aquela escola é modelo, porque os alunos que estão ali estão procurando alguma coisa, e quem pode instruí-los nessa direção, sou eu.

Pretensão? Lembre-se que pretensão é diferente de ambição. E Ambição não é algo ruim.

Escrevi isto aqui, escutando isto aqui:

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Estou ficando velho...



Eu estou ficando velho.
Eu sei ainda é cedo, aos 37 anos, dizer que está ficando velho. Mas tente imaginar a vida longa que você poderá ter e desde os 35 estar convicto de que pouco ou quase nada irá mudar. Tente se conformar com o fato de que uma coisa nova, empolgante, que te tire do lugar confortável onde você planeja passar o resto da sua existência, não virá. O que você vai ver será a repetição ad infinutum dos mesmos filmes, das mesmas bandas e suas músicas chatas e pior, das mesmas pessoas covardes e pouco criativas.
Acha difícil?
Pois bem, a gente começa a ficar velho quando começa a perceber estes tipos de coisas.
Você começa a ficar velho quando começa a ver gente da sua idade morrendo. Gente próxima a você. Gente que poderia inventar a cura da AIDS, ou simplesmente compor alguns dos solos de guitarra mais fantásticos que você já ouviu.
No ano de 2010, eu perdi dois amigos, jovens. Nos dois casos, não tive a oportunidade de me despedir dessas pessoas, não pude nem chorar quando todos choravam, chorei depois, chorei sozinho, senti aquela dor horrível sozinho e eu só tinha a minha mulher para compartilhar. (E a coitada já aguenta tanta coisa vinda de mim)...
Outra coisa terrível de ficar Velho: você percebe que você já escolheu o caminho que irá trilhar, as ideias que terá, as respostas para responder a todas as perguntas que te fizerem. Impossível? Nem tanto, meu jovem! Pode não parecer, mas você começa a perceber que todo mundo só faz as mesmas perguntas: “Por que você se veste de preto?”, “Por que você tatuou um fogo preto no seu braço?”, “Por que você escolheu História?”, a lista é grande. Suas ideias terão que ficar restritas a você porque o mundo que se descortina à sua frente é um mundo de idiotas e idiotas tem pouca criatividade para pensar em coisas novas, preferem ficar pensando sobre as mesmas coisas, ouvindo sempre as mesmas coisas, fazendo as mesmas coisas...

É... eu estou ficando velho... ou idiota...

Escrevi isso escutando isso aqui: