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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Pod Cast Barulho do Daesse 23/09

Após um bom tempo e um longo e tenebroso inverno, cá estamos nós fazendo um podcast!

Acho que agora encontrei uma forma definitiva de fazer esse troço! Menos chata para mim e menos penosa para quem já estava acostumado a ouvir os antigos programas!

Dessa vez eu vou falar mais e enrolar menos. E vamos discutir temas relevantes para mim. Se você quiser mandar uma sugestão para mim, sobre outros temas ou pautas para discussão é só mandar e-mail para barulhododaesse@gmail.com.

Inté!


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O Absurdo e seu “Local de Fala”


Confesso a vocês que, não sei em quantos outros textos esse tema irá se desmembrar. Mas o fato é que, por causa das pesquisas que fui fazer para escrever tão somente esse “textículo”, me deparei com tanta coisa, que vai ser irresistível não escrever mais.

Pois bem, vamos pelo início. Segundo o Dicionário Online de Português, Absurdo quer dizer “Contrário à razão, ao senso comum: intenções absurdas. Que fala ou age de maneira irracional; estúpido, disparatado, tolo.”. Na minha modesta opinião, em concordância com o que afirma Zigmunt Bauman, “As relações humanas não são mais espaços de certeza, tranquilidade e conforto espiritual. Em vez disso, transformaram-se numa fonte prolífica de ansiedade. Em lugar de oferecerem o ambicionado repouso, prometem uma ansiedade perpétua e uma vida em estado de alerta. Os sinais de aflição nunca vão parar de piscar, os toques de alarme nunca vão parar de soar.”. Dito isto, explico-lhes como a ideia deste texto começou.

Na semana passada, caí na besteira de fazer um comentário numa determinada postagem de uma página de "humor no Facebook. a postagem é essa da imagem abaixo.



Entrei no link para ver do que se tratava. Veja aqui.

Depois de assistir ao tal do trailer, escrevi um comentário e o que se seguiu, foi algo que jamais havia acontecido comigo:


Jamais imaginei que uma coisa dessas viraria um troço de agressão. Com nêgo falando que eu não era nada por causa da minha foto de perfil (!!!???). E foi por causa desse evento – e de outros que pretendo relatar em próximos posts – que me dei conta de uma série de coisas sobre a internet e, principalmente, sobre o Facebook.

Não desejo para ninguém ser alvo de ataques virtuais. Do mais simples como foi o meu caso, àqueles que causam o suicídio de alguém, como uma injúria, como um vídeo de intimidade sexual, etc. Eu pirava a cada nova notificação de resposta ao que escrevi. Não que estivesse me incomodando, mas eu não acreditava em como as pessoas estavam nervosas e incomodadas pelo fato de alguém ter contrariado aquilo que elas sentiam. Pode-se dizer um monte de coisas sobre as pessoas na internet, mas eu já entendi que cada pessoa atrás de um monitor e um teclado, ou smarphone, está como uma faca nos dentes, uma pistola carregada e uma raiva gigantesca apontada para qualquer um que contrariá-la no que quer que seja.

Dito isso, elaborei o titulo dessa postagem e acabei me apropriando de um conceito formulado por Michel Foucault e que se tornou queridinho pelas militâncias sociais que atuam na internet, em especial no Facebook: O chamado “Local de Fala”. Me deparei com coisas que não imaginava ler, como isso aqui. Teve gente que tentava colocar as coisas de forma didática como essa aqui. E ainda tem aqueles que se esforçam por tentar deixar as coisas no campo teórico. No fim, a que conclusão cheguei afinal?

Com toda a sinceridade? Nenhuma. Na verdade, descobri que eu sou uma besta e que minha vida, tal como a vivo agora, não dá conta de abarcar a balbúrdia em que vivemos. Você pode até me chamar de simplista ou de alienado (no real sentido da palavra), mas o fato é de que eu tive que me sentar e tentar entender qual seria minha posição diante disso tudo.

Entendam: eu sou professor, sou historiador, tenho obrigação de entender o presente para poder contar às gerações futuras o que se passou por aqui. No entanto, vivendo uma vida afastada de grandes centros urbanos, meu maior contato com a realidade das pessoas é quando estou auxiliando um aluno na minha sala de atendimento, ou quando vejo as coisas que as pessoas fazem na internet. E todos sabemos que a vida real não é essa da internet! Mas as pessoas insistem em viver sua vida ali, em meio às fotos de belezas estonteantes do Instagram, às maravilhas culinárias que são postadas em fotos antes mesmo de serem comidas, aos vídeos de gente falando de tudo e de todos no Youtube. Para a imensa maioria das pessoas a vida virtual é mais importante e se sobrepõe à própria vida real. Vejo as pessoas assumirem uma persona virtual e se esforçarem ao máximo para que essa persona seja real na vida cotidiana.

Na minha opinião, a vida que se expõe na internet é um absurdo. E tal absurdo pode e deve se manifestar nas redes sociais, pois é lá o seu local de fala. E só pode se manifestar quem tem uma vida absurda, quem não tem, deve sujeitar-se ao que os outros têm para falar. Afinal, você não sabe o que é ser absurdo, muito menos viver uma vida absurda.


(Continua...)