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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

SÓ OS MORTOS TEM RAZÃO

Cheguei a essa conclusão na madrugada de ontem, quando estava escutando o CD de uma das várias bandas perdidas pelos anos 90, daquelas que não tinham nenhum rótulo estabelecido, ou não eram “grunge”.


Explico como cheguei à tal conclusão: observe a figura abaixo, que vive circulando pelo Facebook e afins:


Pois bem, das oito personalidades da música que aparecem na foto, cinco já estão mortas , há pelo menos 10 anos! Fora as que ainda estão vivas e quase já se foram! Sim! Sim! Renato Russo, morto em 1996. Herbert Vianna, quase foi embora num acidente de avião em 2001. Cazuza se foi 1990. Raul Seixas deixa saudades desde 1989. Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, quase se ferrou em 2009, por não olhar por onde andava no palco. Cássia Eller tomou uma overdose em 29 de dezembro de 2001. Até onde sei, e até onde a internet me forneceu pistas, o Humberto Gessinger nunca se meteu em nada muito “perigoso”. E por último, Mister Tim Maia, o síndico, aquele que já foi de tudo, até o cara que reclamava do retorno o tempo inteiro, morreu de infecção generalizada!

Quando eu vejo as pessoas dizendo coisas como as da foto acima, muitas coisas me passam pela cabeça. Nem posso descrevê-las. Veja o filme “ Meia-Noite em Paris” do Woody Allen. Aliás, vejam um trailer do filme e me digam o que pensam sobre...



Na moral? Pessoas que sentem saudade do passado esquecem-se de viver o presente!

Nos tempos atuais, (veja, não digo “nos tempos modernos”, porque até isso é coisa do passado! Não vivemos em tempos modernos, vivemos outra realidade!), onde temos vários canais, (e poderíamos falar só do YouTube), onde podemos conhecer diversas coisas reunidas dentro de um mesmo contexto. Ou seja, se pedirmos para ver um vídeo ou música de um determinado artista, das duas, uma: ou o “canal” mostra as várias músicas que aquele determinado artista tem, ou, também, mostra, diversos artistas relacionados àquele tipo de artista.

Sendo assim, podemos dizer que, NOS TEMPOS ATUAIS, não podemos ficar “presos” a determinados modelos do “passado”. De forma que fiquemos “pensando” que tais modelos de “cultura” e “inteligência”, foram os supra sumos daquilo que aconteceu no nosso país. Ou por acaso alguém já pensou que daqui a vinte anos alguém, ou melhor, os jovens de hoje, possam pensar, saudosamente, que “a melhor” música que existia em sua época, era o NX ZERO?!

Dos artistas citados, alguém poderia dizer qual dos artistas acima não cometeu alguma “besteira” musical? Se ninguém puder dizer, eu digo: TODOS!!! Alguém consegue ser herege o bastante para dizer qual o pior disco da Legião Urbana? Lembram que quando Cazuza saiu do Barão Vermelho, e disse que queria cantar Cartola, todo mundo reclamou? Disse que era um absurdo? E a fase “Racional” do Tim Maia? Musicalmente pode ser muito boa, muita coisa da Soul Music brasileira saiu dali. Mas... e quanto as letras, TODAS elas são boas?

Portanto, penso que posso afirmar que SÓ OS MORTOS TEM RAZÃO.  Eles não podem voltar atrás! Eles não podem mais dizer, para os que estão vivos agora, quando eles erraram, quanto eles erraram, porquê erraram. Eles não podem dizer o que estavam pensando sobre aquele momento em que fizeram uma puta besteira!

Logo, porquê dizer que a música no passado é que era boa? Por quê dizer que tais artistas, que eram os artistas de sua época, que cometiam seus erros em seu tempo, eram os maiorais que precisavam ser “cultuados” por todas as gerações? Não! Eles já tiveram a sua vez! Eles não precisam de mais uma vez! 

Inté!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Andar de bicicleta é um ato político

Não gosto muito de levantar bandeiras, aliás, bandeira e ideologia não são coisas que possamos ficar mostrando aqui no Facebook. Mas o fato é: dois meses e meio depois de ter comprado uma bicicleta, um mês depois de ter iniciado um programa de condicionamento físico e duas semanas de ter começado a ir para o trabalho com a magrela, tenho que dizer: ANDAR DE BICICLETA NO RIO DE JANEIRO É UM ATO POLÍTICO! Quase tão perigoso quanto qualquer manifestação no centro da cidade.

Disputar espaço nas ruas, entre carros, ônibus e caminhões, não é uma tarefa fácil, simples ou para qualquer um. Depois que um ônibus passa por você, a lufada de vento pode te jogar em qualquer lugar. Isso porque a LEI diz para o ciclista andar no lado direito da pista. Para evitar correr mais riscos, passar para o lado esquerdo da via, pode ser uma aventura maior ainda. Motoristas de automóveis muito se assemelham ao desenho da Disney em que o personagem do Pateta tem um carro.


É uma ventura e um ato de resistência andar de bicicleta. Em tempos onde se fala tanto de aquecimento global, poucos se preocupam em diminuir sua pegada de gás carbônico. Quando tanto se fala da obesidade das pessoas, andar de bicicleta é um excelente exercício aeróbico, que queima algumas calorias importantes. Quando o próprio governo municipal, que muda rotas e sentidos das vias, apela para que se use transporte público e alternativo, a bicicleta é o veículo ideal.

No entanto, procure disputar um espaço nas vias de circulação! A rua não é lugar para se andar de bicicleta. Mesmo o Rio de Janeiro tendo uma das maiores ciclovias do Brasil, elas não atendem, por exemplo, quem mora na Zona Norte da cidade. Morando no Méier, as faixas de bicicleta mais próximas estão no Estádio Engenhão, ou no Estádio do Maracanã. Ou seja, é preciso andar no meios dos BRS´s, disputando espaço com os ônibus, se você quiser andar de acordo com a lei.

Eu ainda estou iniciando no mundo do ciclismo da maneira correta como deve ser. Minha bicicleta atende à todas as exigências de segurança, mas será que todos os motoristas entendem os procedimentos de segurança que devem ser respeitados em relação ao ciclista? Não sei o que é mais exagerado nessa história toda: se o cara que quer passar por cima do ciclista com seu carro, ou o cara que quer passar por cima do ciclista com seu carro porque está atrasado para chegar na academia para andar numa bicicleta que não sai do lugar.


Inté.