Já pensou se você pudesse apontar o dedo para alguma coisa e
dissesse: “Um dia eu vou ter aquilo ali!” , e esse desejo se realizasse?
Talvez esse seja o sonho de várias pessoas. Talvez não.
Acho
que aqui no Brasil, as pessoas tenham muito medo daquilo que desejam, ou se pensam
como pessoas humildes, que precisam de muito pouco para viverem e serem
felizes. Eu não sei.
Acho que durante muito tempo eu pensei assim – tendo somente
o suficiente para sobreviver. Isso não é um erro. Pelo contrário, isso é
saudável, imaginar que aquilo que você tem, ou que conquistou, já é uma coisa
muito importante, tendo em vista que muita gente não consegue a maioria das
coisas que quer. Nem o necessário.
Eu posso me considerar afortunado de várias maneiras. Eu consegui,
até agora tudo o que quis. E o pior: nos últimos tempos, aquilo que eu aponto
meu dedo e digo: “Um dia eu vou ter aquilo ali!”, em algum momento, acaba me
pertencendo.
Veja: eu não sou mágico, eu não sou rico, eu não sou o Eike
Batista – e ele nem é mais um exemplo de qualquer coisa que envolva sucesso. Mas
eu tenho uma força de vontade absurda.
Nesse momento você pode até dizer que tem uma força
de vontade absurda, mas as coisas não acontecem na sua vida. Mas você já parou
para pensar se o que você está desejando é algo palpável? Se o que você quer
está dentro de suas possibilidades? Desejar e querer ter, não implica que essas
coisas são realmente suas. Porque eu realmente acredito que as coisas possam
ser de alguém, pertencer ao desejo de alguém. E talvez, somente talvez, o
universo saiba dessa vontade universal, que sabe o quê é de quem.
Nos últimos três anos, eu tenho escolhido onde eu quero
trabalhar. Você acha isso impossível? Mas é disso que esse texto se trata.
Minhas escolhas podem até não ser como as suas. Mas, convenhamos, a escolha de
cada um é a escolha de cada um. Eu sou professor, uma profissão que poucos
escolhem ser. E desde quando decidi por essa profissão, escolho o lugar em que
vou trabalhar. Você pode até discordar, mas qualquer um pode escolher onde
trabalhar. Se eu não te convencer, me convença!
Mas o fato é: desde quando eu comecei a apontar meu dedo
para dizer onde eu quero dar minhas aulas, isso tem acontecido. Já subi muita
favela do Rio de Janeiro. Já fui a muita escola com gente que paga um dinheiro muito
grande por uma mensalidade de escola.
Hoje, sexta-feira, 17/04/2015, vou começar a dar aulas em uma
escola no bairro do Maracanã, no Rio de Janeiro, onde eu disse uma vez,
passando de moto, que iria dar aula. Porque aquela escola é modelo, porque os
alunos que estão ali estão procurando alguma coisa, e quem pode instruí-los
nessa direção, sou eu.
Pretensão? Lembre-se que pretensão é diferente de ambição. E
Ambição não é algo ruim.
Escrevi isto aqui, escutando isto aqui: