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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Classe Operária vai ao Paraíso. Mas por que logo agora!"



Se bem conheço as coisas, ou, se as coisas continuam no mesmo lugar em que as deixei, após a leitura deste texto, espero dos meus pouquíssimos leitores, um bocado de pedradas. Dos amigos que lerem, aqueles que são comunistas-socialistas-e-a-puta-que-os-pariu-que-os-valha, vão dizer um monte de coisas para mim. Mas eu quero mais é que se explodam, como dizia o personagem Justo Veríssimo.

Direto ao assunto: podem dizer que eu estou, ou sou muito preconceituoso. Tô pouco me lixando! Mas o fato é o seguinte: já estou se saco cheio desse país onde passou-se a dar mais atenção às classes C, D, E, F, G e o escambau!

Se você perceber, qualquer coisa, qualquer serviço, qualquer programa de televisão, é direcionado ou planejado para atingir essas tais camadas sociais que, agora, estão tendo maior poder aquisitivo e, por consequência, maior importância para os nichos de mercado. É incrível esse fenômeno porque, falando desse jeito, parece que elas nunca existiram. O que não é verdade. Mas somente agora é que passaram ganhar atenção de tudo e de todos.

Basta ser um pouco mais atencioso e você vai perceber. Se você ligar a televisão, perceberá que a enorme maioria dos programas explica duas ou três ou quatro vezes (!) a mesma coisa. Se for um gameshow, como o “Mega Senha” da Rede TV, a cada rodada, o apresentador explica todas as regras do jogo e o que vai acontecer. Se for um programa de culinária, das duas, uma: ou a receita é de pratos caseiros, coisas que a sua mãe já faz em casa há anos ou então, a pessoa do programa ensina até como escolher os produtos, a segurar e utilizar um determinado instrumento.

Sem falar que, atualmente, universitário, ou qualquer outra pessoa com diploma do Ensino Superior virou algum tipo de vilão. A sociedade ou qualquer intelectual de quinta, demoniza quem estudou pra caralho e tem alguma opinião! Logo, a geração que se apresenta de técnicos e tecnólogos de alguma área, ou pessoas com o Ensino Médio, é que tem vez e que pode se notabilizar por alguma coisa. Sem contar o fato de, no setor de serviços e atendimentos, são essas pessoas com pouca ou nenhuma instrução e cultura geral é que te atendem. Ou você nunca notou o sotaque baiano das atendentes da OI? Por acaso já te aconteceu de o instalador de antenas ou internet ou telefone, te chamar de “maluco”, para te pedir alguma coisa? Mais ou menos assim: “Aí maluco! Dá uma olhada se a parada tá funcionando lá dentro do teu quarto!”. Imagine a cena. O mínimo que eu espero, como cliente é um “Por favor senhor, o senhor pode checar se está funcionando?”

Pode dizer que eu tô sendo elitista e o cacete! Mas entenda meu ponto de vista. Eu nasci na Baixada Fluminense, minha mãe me ajudou com meus estudos até onde pôde. Meus avós só sabiam assinar o próprio nome. Dos meus 6 primos, só dois tem o Ensino Superior. Estudei em escola pública e consegui entrar na Universidade e sair de lá com, pelo menos, 3 diplomas. Logo, não tenho do que me envergonhar, nem negar minhas origens. Justamente por isso, penso que, se o sujeito quiser de verdade, ele consegue as coisas, materiais ou não. Não dá para ficar usando o argumento furado de que “faltou oportunidades”, “não teve muita opção”, “não conseguiu arrumar um emprego porque é morador de favela” e todas as outras bobagens. Antes de me tornar professor/educador, eu fui atendente de lanchonete, auxiliar de escritório, “Office Boy”, atendente de loja de produtos esotéricos, entregador de panfletos na rua. Trabalho existe, para quem quer trabalhar! Pra quem não acha que é humilhante lavar um banheiro de bar depois de uma sexta-feira à noite! Para quem precisa ajudar a pagar a conta de luz em casa, pagar as xerox de milhares de textos da faculdade, ou pagar a passagem de ônibus para qualquer lugar, é preciso trabalhar, seja no que for. Sem contar o mínimo de Cultura Geral que seja, para não ser um bitolado que não sabe o que aconteceu no mundo nos últimos 5 anos (porque parece que quando você menciona algo ocorrido há mais tempo que isso, tem-se a impressão de que só existia você na face da terra!).

Dito isso, acho melhor parar por aqui. Mas deixando bem claro: não quero e nem pretendo ser preconceituoso, racista, bairrista, escroto, elitista. Nada disso, só quero expor minha opinião porque tô de saco cheio de ver que só agora descobriram que existe as classes C, D, F, G, H, etc. Se eu estou sendo elitista e preconceituoso com esse post, porque nunca falaram nada enquanto a maioria pobre da população era esquecida?

Inté!

P.S.: O título desta postagem é um verso na música do Mundo Livre s/a, "Bolo de Ameixa", que está aí embaixo!

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