Pra quem acompanha essa bagaça, sabe que eu sou metido a
falar sobre tudo que eu tenho alguma opinião formada. Logo, cinema também é um
negócio onde eu gosto de meter o bedelho. Lá vai!
Nesta madrugada eu assisti a um dos relatos mais dolorosos
que já vi na vida: a chegada da SIDA (AIDS, se preferirem). Obviamente, existem
diversos e vários filmes falando sobre o tema, (“E a Vida Continua”, com Matthew Modine é um bom exemplo) mas poucos
me emocionaram tanto. E a lista dos motivos é grande.
Primeiro, pense em Mark Ruffalo, sim, ele mesmo, aquele que
fez o Hulk, dos Vingadores, ele é Ned Week, escritor judeu, rico e famoso e gay.
Poucas vezes vi atuações dele, tão boas quanto essa. Seu personagem se
interessa pelo chamado “Câncer Gay”, o que na verdade é o Sarcoma de Kaposi, um
tumor maligno que se aproveita da baixa imunidade do organismo, principalmente
aquele afetado pela SIDA, e geralmente, é o prenúncio do fim da vida para
muitos infectados. O número de ocorrências desse tipo de tumor o leva à doutora
Emma Brookner, uma Julia Roberts antipática como na vida real. Em seu
consultório, a doutora Emma procura, a todo custo, investigar a relação do alto
índice do sarcoma com a população gay de Nova Iorque.
Segundo, se a rapaziada aqui no Brasil ficou “estarrecida”
com as cenas envolvendo homossexualidade no filme “Praia do Futuro”, nem quero
imaginar o que vão sentir quando verem “The Normal Heart”. O que se vê é, de
acordo com a luz que minha mulher acendeu é: se existe “beijo técnico”, existe “cena
homossexual técnica”, ou seja, entrega dos atores.
Terceiro, Jim Parsons, o Sheldon da série “The Big Bang Theory”, mostrando que
também é um grande ator dramático. Pena que ele é tão marcadamente “Sheldon”,
muita coisa seria muito mais impactante. Sem contar seu discurso no funeral de
um dos vários que morrem em decorrência da doença, arranca lágrimas de qualquer
um que já perdeu um amigo jovem.
O quarto motivo é revoltante. É perceber que muito pouco, ou
quase nada foi feito na época para ajudar a quem estava sofrendo os males
devastadores do HIV. Hospitais que não aceitam doentes, pessoas que se recusam
a servir aos que necessitam. O incrível de um piloto de avião se recusar a
pilotar enquanto um personagem estivesse a bordo. O governo norte americano, à
época, Ronald Reagan, em nenhum momento aceitou a ideia de dizer, que o que
estava ocorrendo, era uma grande epidemia. É sabido que, demorou, pelo menos, 5
anos até que se admitisse a ideia da doença. Todos acreditavam que era uma “doença
gay”.
Como disse antes, a lista é grande. Mas não vou enumerar. “The
Normal Heart” foi lançado no dia 31 de maio pela HBO e é um sério concorrente a
ganhar muita coisa no próximo prêmio Emmy. Fiquem com o trailer.
Inté!