Todo mundo. Eu,
você, qualquer um. Todos já tivemos oportunidade de sermos medíocres. Todos nós
já fomos medíocres durante um bom tempo da nossa vida. É uma mancha que todos carregamos.
São duas as coisas que diferem humanos de idiotas: 1) A capacidade de
reconhecer-se medíocre em algum momento da vida; 2) A capacidade de deixar de
ser medíocre.
Mediocridade
substantivo
feminino
1. qualidade,
estado ou condição do que é medíocre; mediocrismo.
2. situação,
posição mediana, entre a opulência e a pobreza; modéstia.
3. pej. insuficiência de
qualidade, valor, mérito; pobreza, banalidade, pequenez
4.p.us. justa
medida; moderação.
5.p.met. pessoa ou conjunto de
pessoas sem talento, medíocres; mediocreira.
Penso que poderia despender horas e diversos
textos por aqui para falar sobre esse assunto, afinal, estamos cercados de
pessoas medíocres. E muitas delas, ou não sabem que o são, ou não estão nem aí
para tal condição.
Você pode me perguntar: “Por que você se
preocupa com pessoas medíocres?”. A expressão exata não é me preocupar, talvez
o verbo a ser utilizado seja “temer”, (nenhuma piada com o atual presidente do
Brasil). Eu temo que os medíocres tomem conta do mundo. Sim! Eles podem!
Exatamente porque alguém disse à eles que podem fazer isso.
Quando observamos o quinto significado
atribuído à mediocridade, “pessoa ou conjunto de pessoas sem talento”, já dou a
pista do que quero dizer. Pessoas sem talento ganham, a cada dia, mais espaço
em diversos setores da sociedade. Não importa onde, eles estão lá. São
professores (e o magistério está cheio deles), advogados, políticos, músicos,
artistas, e a lista poderia não ter fim.
Mas, ao contrário do que você possa estar
imaginando, o medíocre é um sujeito, em geral, competente. Em alguns casos, até
demais. O medíocre sabe o que tem de fazer, e o faz. Em alguns casos, ele
treinou a vida inteira para fazer o que faz, por isso é tão bom naquilo que
executa. E, entenda, isso não é um problema, muito pelo contrário; o mundo só
continua girando porque existem medíocres fazendo seu trabalho/tarefa da
maneira correta. Medíocre.
O caldo começa a engrossar quando percebemos
que o mundo não é, não foi, nem nunca será mudado pelas mãos de uma pessoa
medíocre.
São os espíritos livres, que não se conformam
com esse ou aquele estado de coisas, que fazem as coisas andarem em outras
direções, em outras velocidades, de outra forma. Pessoas criativas, é uma
alcunha muito simples para denominar quem pode e vai além daquilo que está
planejado, agendado, organizado. Se existem mais de sete bilhões de seres
diferentes ao redor do mundo, por que as coisas deveriam ser padronizadas e
organizadas dessa ou daquela forma? O medíocre gosta da forma, seja ela qual
for, pois ele consegue acomodar-se dentro dela. Jamais fora. Ele entende que a
forma, o limite, a regra, são necessários, pois sem eles, tudo se torna caos. E
como alguém pode viver em meio ao caos? Como conseguir encontrar
sentido quando tudo e todos andam, cada um, à sua maneira, em qualquer direção?
Resposta? O medíocre tolhe, vulgariza, ridiculariza e deturpa tudo e todos que
não estão dentro de uma forma. E como medíocres existem em maior número (sabe-se
lá porquê), o mundo, aos poucos, adapta-se ao seu gosto, à sua visão de mundo,
à sua pouca clareza de raciocínio, aos seus limites.
Eu posso, poderia, citar diversos eventos e
indivíduos que corroboram a minha visão. Mas, nesse momento quero que você faça
alguns minutos de reflexão para analisar, à sua volta, onde a mediocridade está
presente. Para te ajudar nessa tarefa, vou te deixar escutando uma música que
você vai entender o motivo dela estar aqui depois.
Essa belíssima composição é de autoria do
magnífico Wolfgang
Amadeus Mozart. Este genial compositor clássico, foi um menino prodígio
que, aos cinco anos, já encantava plateias que adoravam ver um menino ser
explorado por um pai em busca de algo que não tivera: prestígio e
reconhecimento.
Sendo assim, quero reforçar meus argumentos
anteriores com histórias ficcionais, que nos ajudam, em virtude de toda uma
preparação dramática e artística, a entender melhor o mundo a nossa volta. Em
1984, Milos Forman filma Amadeus,
uma peça de ficção com elementos da vida do próprio Mozart. Entre esses
elementos, está a sua relação com Antonio Salieri, compositor da corte do
Imperador José II. Que vê o talento, a criatividade e a irreverência de Mozart
ganhar cada vez mais destaque sobre a sua figura.
Na passagem, da ficção, temos uma prova de
como um personagem/pessoa medíocre se sente quando está diante de alguém
realmente livre e criativo:
Este texto continua...
A angústia do medíocre começa quando ele se torna competitivo....
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